(França: descoberta macabra após desaparecimento misterioso de família)
Desde 4 de abril, não davam sinal de vida: o pai Xavier (50 anos) administrador de uma pequena empresa de Pornic (oeste); a mãe, Agnès (49 anos) funcionária de um estabelecimento escolar católico, e seus quatro filhos - Thomas e Arthur, estudantes de 21 e 18 anos, Anne, de 16 anos e Benoît, de 13.
Investigações minuciosas foram realizadas no interior e no exterior da casa até a descoberta, nesta quinta-feira, de "restos de uma perna" no terraço que dá para o jardim, depois partes de três corpos, segundo uma fonte próxima à enquete.
"As evidências permitem falar em sequestro e assassinato", declarou à imprensa o procurador de Nantes, Xavier Ronsin, apesar de não ter sido observado nenhum sinal de luta ou de violência.
Na caixa de correspondência, um pequeno cartão branco dizia: "volta ao remitente. Obrigada", observou um correspondente da AFP. No interior da casa, todos os armários foram esvaziados.
Há dez dias, a escola católica Sacré Coeur, onde estudavam os mais jovens da família, recebeu um comunicado informando que "em seguida a uma mudança profissional urgente", toda a família acompanharia o pai à Austrália.
"A mensagem estava acompanhada de um cheque para liquidação das contas até o final do ano escolar", declarou à AFP o diretor do estabelecimento, Olivier Bouissou, precisando ter recebido a nota depois de uma ausência de mais de quatro dias das crianças.
Antes de desaparecer, a família deixou mensagens "delirantes e contraditórias", segundo o procurador. A pessoas próximas, "o senhor contou que era agente secreto e que estava incluído num programa de proteção a testemunhas".
"Eram pessoas comuns", comentou um agente imobiliário Yann Le Pollès, que trabalha num local próximo da casa.
A família chegou a viver, antes, no bairro parisiense exclusivo de Versailles, depois em Var (sul) antes de se instalar em Pornic (sul da costa atlântica) e depois em Nantes. Tinha dois cachorros.
O pai era comerciante e a mãe ensinava catecismo. "Era uma pessoa muito compenetrada, muito dedicada", segundo o vizinho da frente, Florent Chotard.
Não longe da casa de pedras cinzentas, foi encontrado um pulôver preto que pertencia, segundo os vizinhos, à mãe. Nos restos de pólen no carro da família, estavam escritas com letra de mão as palavras: "não tinhas direito. Fazes falta. PK".
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